No ano passado, mais de 8,6
mil pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito nas rodovias federais
brasileiras. Ao longo dos mais de 63 mil
quilômetros de estradas em poder da União, foram 7,2 mil ocorrências com morte,
o que significa um acidente fatal a cada 8,8 quilômetros de vias.
Localizar os trechos mais
mortais das estradas nacionais, onde a atenção dos motoristas deve ser redobrada, pode
contribuir para a redução desta triste estatística.
Confira abaixo, a seleção que a revista Exame produziu, à partir de dados consolidados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de 2011.
Trecho: km 0 ao 10
Total de acidentes: 701
Acidentes com morte: 28
Acidentes com morte/km: 1 para
cada 0,35km
Com mais de 4,5 mil
quilômetros do Ceará ao Rio Grande do Sul, a BR-116 tem vários trechos
perigosos para os motoristas.
É no começo, no entanto, que
as mortes se concentram, logo na saída de Fortaleza e antes mesmo da chegada ao
anel viário. Foram 28 acidentes fatais neste trecho no ano passado, um a cada
357 metros, ou 25 vezes mais que a média nacional.
Avaliação do Dnit: duplicada e
em boas condições, o Dnit afirma que há buracos dos quilômetros 4,5 a 5.
Trata-se de via com tráfego intenso por ser ainda parte do trecho urbano de
Fortaleza, com grande travessia de pedestres.
Total de acidentes: 2069
Acidentes com mortes: 26
Acidentes com morte/km: 1 para cada 0,38km
É o segundo trecho mais mortal do Brasil, com 26 mortes. As famílias que saem ou chegam a Belém pela BR-316, a principal via de acesso à cidade, devem tomar muito cuidado. Pois, a chance de se envolverem em uma ocorrência de pequena a média gravidade é muito maior aqui, em decorrência de seu trecho urbano.
Considerando o Índice de Gravidade medido pela Polícia Rodoviária Federal – que leva em conta ainda o total de acidentes e feridos – ela se configura como a mais perigosa do Brasil. E tem tudo para finalizar o ano como o trecho mais mortal também, ultrapassando a BR-116 no Ceará: dados preliminares contabilizam 14 acidentes fatais apenas nos quatro primeiros meses de 2012.
Avaliação do DNIT: duplicada e com boas condições de trafegabilidade.
Trecho: km 500 a 510
Total de acidentes: 549
Acidentes com mortes: 23
Acidentes com morte/km: 1 para cada 0,43km
Entre Goiânia e Aparecida de Goiânia, ainda dentro da área metropolitana da capital do estado, está o terceiro trecho mais mortal do Brasil e o único de Goiás a figurar entre os 20 mais perigosos.
A média é de um acidente com morte a cada 430 metros, 20 vezes a nacional (8,8 quilômetros).
Avaliação do DNIT: duplicada, mas em condições delicadas, com obras. Além disso, é considerado perímetro urbano, com trafego intenso e sujeita a congestionamento.
Trecho: km 260 a 270
Total de acidentes: 1290
Acidentes com mortes: 18
Acidentes com morte/km: 1 para cada 0,55 km
A BR-101, uma das mais extensas do Brasil junto com a 116 - indo do Rio Grande do Norte até sua contraparte do Sul – concentra seis dos 20 trechos mais perigosos do Brasil.
O mais mortal fica no Espírito Santo, entre as estaduais ES-264 e ES-010, que leva a Laranjeiras, onde ocorreram 18 acidentes com morte em 2011.
Avaliação do DNIT: duplicada com pavimento e sinalização em bom estado.
Trecho: km 220 a 230
Total de acidentes: 949
Acidentes com mortes: 18
Acidentes com morte/km: 1 para cada 0,55km
Os 4 trechos mais mortais do Brasil até aqui eram de responsabilidade do governo. Esta não. Concedida a iniciativa privada em 1996, uma das rodovias mais importantes e movimentadas do país, entre Rio de Janeiro e São Paulo, a Via Dutra aparece não só em 5º lugar - entre os quilômetros 220 e 230 - mas também em 6º lugar, por causa do trecho imediatamente anterior, entre os quilômetros 210 e 220.
Assim, em 20 quilômetros no Estado de São Paulo, foram 34 acidentes com mortes em 2011.
Avaliação do Dnit: duplicada, mas não informa estado já que rodovia é concedida.