Se você tivesse certeza de que
ainda estaria aqui para soprar as velas de seu centésimo aniversário, isso
mudaria a maneira como você administra seu dinheiro hoje? A resposta foi sim,
para três em cada quatro americanos ricos que participaram de uma pesquisa
divulgada pelo Merrill Lynch. Muitos chegarão lá: se você tem hoje 65 anos e é
casado, as chances de você ou sua esposa chegar aos 95 anos são de 31%, segundo
o Merrill Lynch, que cita a pesquisa feita pela Society of Actuaries (sociedade
de atuários).
Viver até os 100 seria bom, segundo
responderam 58% das pessoas consultadas e que aparecem no relatório bianual
Affluent Insights Survey do Merrill Lynch. Mas a possibilidade de uma vida
longa também está provocando ansiedade. As pessoas que se planejam para a idade
avançada estão pensando em adiar a aposentadoria e hoje estão contendo os
gastos.
"A palavra aposentadoria
e o número 65 sempre foram uma coisa só", diz David Tyrie, diretor de
fortunas pessoais e aposentadoria do Bank of America Merrill Lynch. "Mas
este não é mais o caso." O BofA Merril Lynch, que consultou mil americanos
com US$ 250 mil (cerca de R$ 425 mil, de acordo com a cotação do dólar de
ontem) ou mais em ativos investidos, constatou que pouco mais da metade prefere
se aposentar mais tarde do que perder qualidade de vida.
Mesmo assim, se necessário, a
maioria disse que faria sacrifícios, como conter as despesas do dia a dia,
comprando menos artigos de luxo e reduzindo os orçamentos das férias.
A idade de 65 anos não invoca
mais imagens de pessoas deixando o local de trabalho pela última vez e se
dirigindo para o Tiki Bar na Flórida. Na pesquisa, apenas 14% das pessoas com
mais de 50 anos mencionaram "chegar a uma certa idade" como o
principal fator que as levariam a se aposentar.
Para se ajustar a uma vida
mais longa, 39% disseram que trabalhariam pelo menos por meio período durante a
aposentadoria, enquanto que um quarto dos pesquisados pretende se aposentar
quanto estiver mais perto dos 85 anos, e não aos 65. Os custos mais altos dos
cuidados com a saúde foram citados como o problema financeiro que está causando
ansiedade à maioria, com cerca de 79% dos participantes da pesquisa dizendo que
esta é sua principal preocupação financeira.
Tyrie disse que as
preocupações com a saúde deverão motivar mais consultores a se informar mais
sobre como ajudar os clientes a se planejarem para os custos com a saúde. Cerca
de 62% dos participantes da pesquisa com mais de 50 anos disseram que ainda não
calcularam os custos com saúde que terão na aposentadoria.
O BofA Merrill Lynch está
lançando um aplicativo para iPad para ajudar consultores financeiros a induzir
discussões com os clientes sobre o planejamento de saúde, ajudando em parte os
clientes a estimar quanto dinheiro eles terão que provisionar.
O aplicativo está sendo testado por cerca de 100 consultores e será lançado para outros consultores voltados para o planejamento de aposentadoria ao longo do ano, segundo informou um porta-voz da instituição. Tyrie compara um consultor a um clínico geral, que pode encaminhar os clientes para um especialista. "Não tente conhecer o assunto de dentro para fora, saiba apenas aonde buscar informações", diz ele.
(Fonte: Jennifer Hoyt Cummings
- Reuters, tradução de Mario Zamarian - Valor)
Via: Valor econômico
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