Eles viajam mais, têm residência própria e possuem patrimônio maior que a média dos brasileiros. O crescimento cada vez maior de pessoas que assumem relacionamentos com parceiros do mesmo sexo têm levado seguradoras a buscar novos produtos para atender a esta camada da população.Empresas que saíram na frente na oferta de produtos para nichos até então pouco explorados garantem que o novo perfil das famílias representa um desafio para o mercado de seguros.
É o caso da American Life, seguradora especializada no ramo Vida, com mais de 1 milhão de clientes.
Há nove anos, ela colocou no mercado o Vida Freedom, uma apólice que já naquela época aceitava nas cláusulas do contrato a inclusão de um dependente do mesmo sexo. Antes mesmo da decisão do Supremo Tribunal Federal garantir a partilha de bens entre casais homossexuais.
"Apostávamos nesse mercado. Só não sabíamos quantos eram. Tínhamos a estimativa de que 10% da população eram compostos por gays", afirma o diretor Francisco de Assis Fernandes.
A empresa elaborou um dicionário com vocabulário próprio utilizado no mundo LGBT para que os funcionários tenham facilidade em compreender o que os clientes desejam, sem constrangimentos.
"Treinamos todo o nosso pessoal de atendimento para recebê-los com todo respeito e a naturalidade que nem sempre se encontra no mercado de seguros", afirma Fernandes. Uma norma da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), do ano passado, assegura que companheiros de beneficiário titular de plano de saúde podem ser do mesmo sexo. A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), entidade que representa 15 grupos de operadoras privadas de assistência à saúde, de um total de 1.183 empresas, diz que todas as afiliadas são orientadas a cumprir esta norma da agência.
A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) também afirma que a extensão dos serviços de planos de saúde para os parceiros de união homoafetiva já existe há algum tempo. Segundo elas, basta que se comprove a união estável entre os parceiros.
Embora as seguradoras garantam que essa orientação é seguida à risca, na prática a situação não é tão simples.
Casais homossexuais que tentam receber o mesmo tratamento dispensado aos heterossexuais afirmam que é uma longa batalha, que em alguns casos, vai parar nos tribunais. "Algumas empresas de seguro aceitam, mas só depois de muita burocracia. Às vezes enfrentamos uma verdadeira batalha judicial para fazer valer nossos direitos. Mesmo tendo firmado um contrato homoafetivo, temos que comprovar a união estável", critica o advogado Marcos Gladstone, acrescentando que se acontece de um dos dois ser internado, qualquer decisão sobre procedimentos médicos fica com os pais deles, o companheiro não tem direito a dar sua opinião.
Fonte: CQCS
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